Seu celular toca, na tela logo aparece um nome familiar. Leo. Você já imagina que tem a ver comigo. Sem demora, logo atende e meu melhor amigo começa a falar rapidamente informações difíceis de absorver de uma vez. Faz uma semana que eu sumi, ou mais. Leo não me vê ou ouve falar de mim há um tempo. A preocupação é perceptível do outro lado do telefone.
Ele ligou para você, especificamente para você. Depois de um ano sem contato. Ele sabe que vai se importar o bastante para ouvi-lo falar. Vocês combinam de se encontrar na minha casa, porque você ainda tem a chave em algum lugar. Não foi forte o bastante para se desfazer. Pelo menos é o que sente quando a vê perdida no seu quarto.
Duas horas depois, os dois estão lá, próximo à periferia da cidade na frente da minha casa. Herdada após minha avó falecer há uns bons anos. Casa velha, pequena, ainda que com dois andares. Você entra primeiro, Leo corre atrás, hesitante e nervoso. É difícil saber o que esperar, por isso prefere não pensar muito.
A porta de entrada dá para a sala de estar. A TV desligada, controle jogado no pequeno sofá. Copo e prato usados em cima da mesa de centro. Sempre fui desleixado. Na cozinha, apenas louça para lavar, acumulando gordura, e algumas moscas. Basta um segundo para que sua mente comece a pensar no pior cenário. Suas pernas se movem sozinhas e te levam para o meu quarto, enquanto Leo demora para entender a gravidade da cena.
A porta do quarto está aberta. Quando você pisa dentro do cômodo, um turbilhão de memórias invade sua mente. Todos os dias, meses e anos que passamos ali juntos te atingem de uma vez, como se estivessem acontecendo naquele momento. Tão vividamente. Meu cheiro impregna o local, meu guarda-roupa, aberto, com um espaço vago que pertencia às suas roupas. Minha cama desarrumada, nunca consegui criar o hábito de organizá-la após levantar. Os livros organizados por título ao invés de autor, coisa que te enfurecia. Quadros pendurados e um porta-retratos virado para baixo em cima da cômoda.
Nenhum sinal da minha pessoa, até agora. Apenas vestígios. Você se vira. Leo está parado na frente de outra porta. Ele contorce o rosto numa expressão triste e preocupada. Leva a mão até o nariz. Até que seus sentidos se aguçam e alertam. Um passo. Dois passos. É o bastante para sentir. O cheiro. Atordoante. Penetrador. Podre. Vindo daquela porta. Do cômodo que eu reservei para se tornar o meu ateliê.
Leo dá um passo para o lado. Ele não tem coragem de encarar o que está por vir. Você se mantém à frente da porta, sempre muito decidida. Corajosa. Eu sempre te admirei por isso. Com a mão na maçaneta, seu corpo te trai, suas pernas tremem, a testa encharcada de suor, os olhos marejados. Você sabe o que vai encontrar do outro lado da porta, mas não sabe se vai conseguir lidar.
Segundos parecem uma eternidade, Leo fica ofegante de medo enquanto se mantém atrás das suas costas. Um longo suspiro, é tudo que você consegue fazer para ter coragem de abrir a porta. Um rangido depois, meu ateliê se revela adiante.
Diversas pinturas penduradas na parede, empilhadas no chão, algumas que você viu diversas vezes o processo e deu sua opinião. Outras que viu serem começadas, mas nunca terminadas. A maioria, você nunca havia visto antes. E no meio, de frente para um quadro posto em um cavalete, estou eu. Sentado numa cadeira de madeira, a cabeça abaixada, a roupa e os dedos sujos de tinta enquanto seguro um pincel, a pele pálida e disforme, sendo circulada por moscas em busca de parasitar o que restou de mim.
Você leva a mão até a sua boca num susto, mas não totalmente surpreendida. Leo atrás de você chora e grita o meu nome. Ele corre até a mim e levanta meu rosto, numa esperança fútil de haver algum brilho naqueles olhos castanhos. Não há.
Meu melhor amigo grita, chora, esperneia. Você o afasta do meu corpo e o envolve num abraço apertado. Os dois choram juntos por muito tempo, evitando olhar para mim e tentando ignorar o cheiro... O cheiro, tão diferente do que você sentia todas as manhãs quando acordava em meus braços, aquele que te dava uma certa leveza e despreocupação. Depois de um tempo, esse mesmo cheiro se tornou uma fonte de dor quando você segurava a camiseta que eu esqueci no seu apartamento. Agora, ele se transformou numa fonte de terror, gravada para sempre no seu cérebro.
Você manda Leo para a sala enquanto você liga para a emergência. Eles chegam logo, retiram o meu corpo. Você fica ali por um tempo, enquanto me colocam revestido por um saco preto num carro. Passando os olhos, talvez uma última vez, por aquele espaço e todas as obras que o preenchem, é quando você percebe, pendurado na parede, um retrato seu. Feito há dois anos atrás quando eu finalmente te convenci a posar para mim. Tentei capturar todas suas linhas delicadas e suas sardas que eu tanto amava beijar. Você adorou o resultado, enquanto eu senti que não cheguei perto da sua beleza — fiquei frustrado. A memória te traz dor, desviando o olhar, não aguenta mais encarar o quadro com a sua feição alegre. Um lembrete de outra época. Logo, seus olhos encontram um frasco caído em frente ao cavalete. Você pega o frasco e percebe que é o meu antidepressivo. Vazio. Outra realização dolorosa. E finalmente, decide ver o quadro em cima do cavalete. Formas estranhas, pintadas de tons vermelhos e pretos, difíceis de reconhecer. Assustador, meio humanoide, sombrio com certeza. Você achou lindo.
Os próximos dias são ainda mais difíceis. Avisar alguns amigos, reencontrar meus pais e ouvi-los chorar. Minha irmã grita com você e diz que não fez o bastante. Ela sente que também não fez. Vem o velório. Decide alugar um vestido preto, quase uma versão discreta daquele que eu te presenteei no nosso último aniversário. A semelhança só aparece quando você o veste no dia da cerimônia. Já era tarde para trocar. Amigos e conhecidos te cumprimentam e te consolam como se fosse um membro da família, te fazendo se sentir uma impostora.
Na terapia da semana seguinte entre lágrimas e soluços, diz que foi sua culpa, que poderia ter feito mais. Talvez, se você não tivesse ido embora eu não teria morrido. Sua mente se torna uma espiral de culpa, e a única pessoa que poderia te absolver não está mais aqui.
Sua carga de remédios aumenta. Você os mistura com álcool e cigarro. Tenta lidar como pode. Já fazem três semanas. No meio da madrugada acorda a noite com o corpo molhado de suor, lembrando do meu rosto desfalecido e sentindo o cheiro podre da minha carne sentada naquela cadeira. Isso ocorre diversas e diversas vezes durante meses.
Em uma dessas noites você se levanta, vai até a varanda do apartamento, acende um cigarro e começa a ler nossas mensagens antigas. Horas se passam assim, pulando para meses e anos que já se foram. Quando se dá conta, chega a quase sete anos atrás, quando não tínhamos nem um ano de namoro ainda. Você pergunta qual o meu sonho. Eu, hesitante e envergonhado, digo que é ser reconhecido pela minha arte. Talvez ter uma exposição só com as minhas obras. Não queria ser uma celebridade, só queria que meu trabalho duro fosse reconhecido.
Essa conversa havia sido esquecida entre tantas outras memórias e dores, mas não conseguia não indagar se esse ainda era o meu sonho, ou se ele se desfez junto de tantos outros. Uma ideia surge.
Você manda uma mensagem para Leo. Talvez vocês consigam montar algo, ele possui contatos sendo artista visual também. Vocês não se falam desde o velório, a minha morte abalou Leo tanto quanto te abalou. Nos conhecemos na faculdade, mas nos amávamos como irmãos.
Após contar a ideia, ele topa sem hesitar. Era perfeito. Ele tinha contatos, você poderia ajudar a organizar e planejar tudo. Só precisavam da autorização dos meus pais.
Vocês os encontram dois dias depois, num sábado. Minha mãe perdeu alguns quilos, meu pai se afogou ainda mais no trabalho. Minha irmã não para mais em casa. Sem querer, eu dividi minha família.
Meus pais te amam, eles te recebem com um sorriso dolorido no rosto. Vocês choram um pouco ao olharem nos olhos uns dos outros. Leo é o que mais faz escândalo. Ele nunca soube disfarçar sentimentos, amei-o por isso.
Vocês contam o plano. Uma pequena exposição, na faculdade de artes em que Leo faz sua pós. Todo valor iria para dar suporte à família. Meus pais aceitam, mas negam o dinheiro, falam para dividir entre vocês ou doar para alguma causa social. Minha família fica fora da organização da exposição. Leo te ajuda a organizar tudo, mas é você que fica a cargo de fazer as decisões mais importantes, além de como queria que eu fosse lembrado.
Pouco tempo depois, é o dia de inauguração. Um pequeno pavilhão com minhas obras expostas. Você se esforçou para organizar e divulgar a exposição. Estava tudo perfeito. Pessoas de todas idades vieram ver minhas obras. Primeiro, o jornal da TV de meio dia anunciou a exposição. Depois, viralizou na internet com pessoas me chamando de artista suicida, falando que eu tirei minha própria vida num plano para ganhar notoriedade. Outros acreditam que eu não morri, estou esperando apenas para reaparecer e criar ainda mais burburinho.
Então, a exposição ganha cada vez mais notoriedade. O que era para durar apenas duas semanas, é estendido para um mês, depois dois. Logo, uma empresa privada tem interesse em patrocinar e mudar o local para um maior. Você aceita, diz que está fazendo por mim.
A exposição faz ainda mais sucesso, logo pessoas de todo o país vem ver as obras que eu deixei para trás. Elas se juntam em volta do último quadro e discutem o que eu quis dizer com aquela obra. Não deixei nenhuma carta, nem mensagens criptografadas ou e-mails não enviados. Tudo que eu deixei foi aquele quadro sombrio, que atraia a atenção de várias pessoas que tentavam desvendar o mistério que era eu.
Tudo que eu quis foi reconhecimento. E eu tive. Após a morte. Minha família não quis ficar com nenhuma obra. A decisão recaiu sobre a sua consciência. Logo, meus quadros foram comprados por museus de arte contemporânea, onde curadores deram nomes para os que eu não tive a paciência de decidir um. Você ficou reticente em vender dois quadros. O seu retrato, e o meu último. Ofereceram uma pequena fortuna pelo meu último. Após muita discussão, Leo e você decidiram vender ambos. Seu retrato foi parar em outro país da América Latina, enquanto o meu último quadro ficou exposto no maior museu da capital.
A exposição te ajudava a se manter focada, dividindo a atenção entre seu trabalho diurno no escritório e organizando tudo junto de uma equipe paga por empresários interessados em isenção fiscal. Na calada da madrugada ainda saía para fumar e olhar nossas mensagens. Às vezes, escrevia tudo que sempre quis me dizer, mas nunca conseguiu.
No último dia da exposição, você compareceu, haveria um evento de encerramento. Talvez não ficasse nele, não estava a fim de conversar com ninguém. Leo parecia animado. Apertava a mão de diversos figurões do mundo da arte. No futuro ele se tornaria um renomado crítico e curador de arte, tudo por causa dessa exposição. Vocês manteriam contato ocasionalmente, saindo para beber e conversar sobre a vida. Tentando não falar sobre mim, mas nem sempre dava certo. Acabava em mais bebida e ambos chorando e se consolando. Você diz que não é culpa de nenhum dos dois, repetindo as palavras que sua terapeuta fala toda semana, mas que seu interior tem dificuldade de acreditar.
Quase perto do horário de fechar, você fica parada olhando o meu último quadro. Tentando entender se eu queria dizer algo com aquela imagem. Se havia alguma mensagem do além, algo que poderia ter sido feito, algum sinal, alguma magia. Qualquer coisa. Uma mulher para ao seu lado. Ela te pergunta o que acha desse quadro. Você o acha lindo. Depois, ela te pergunta o que eu queria dizer com ele. Você não sabe, mas daria tudo para descobrir. Ela sorri.
O sorriso te encanta. Suas bochechas coram, dando destaque às suas sardas. Vocês conversam um pouco. A hora passa, já é tempo de fechar a exposição para o evento de encerramento. Você cria coragem e a chama para beber alguma coisa. Ela aceita. É a primeira noite feliz em meses.
Três meses depois, vocês oficializam um namoro. Dois anos depois, vocês decidem dividir um apartamento. Quatro anos depois se casam. Seis anos depois, adotam uma criança. É a vida perfeita. Profissionalmente e pessoalmente. Finalmente sente vontade de ficar.
Eu me torno um artista póstumo conhecido. Tudo que eu sempre quis, mas nunca pude aproveitar. Meus quadros se espalham pelo mundo, artistas, escritores, psicólogos, sociólogos, historiadores e filósofos estudam minha vida e obra. Um completo desconhecido, que a morte trouxe o reconhecimento. Me torno uma figura popular. Para alguns uma inspiração, para outros um alerta. Jovens colocam pinturas minhas como tela de bloqueio de celular. Alunos de arte que querem se sentir diferentes falam que sou seu artista favorito. Escrevem uma biografia sobre minha vida, mas o conteúdo é tão ordinário que o autor inventa diversas mentiras e me põe como um gênio. Os direitos do livro são vendidos para uma produtora de filmes, que escolhe uma pessoa mais bonita e forte do que eu fui em vida para o meu papel. Ah, e a causa da morte na adaptação? Exaustão de tanto pintar. Até poético.
Anos depois, você sonha comigo. Acorda de madrugada suando. Fazia tempo que não se sentia assim. Sua esposa dormindo ao seu lado, você levanta sorrateiramente para não a acordar. Desce, bebe um copo de água. Meu rosto na sua mente. Meu cheiro apodrecido nas suas narinas. Junto vem o sentimento que poderia ter feito mais por mim.
Você sobe as escadas, abre a porta do quarto de seu filho. Já um adolescente, quase se formando na escola. O tempo passa depressa demais. Seu maior orgulho, seu maior amor. Você sorri, mas esse sorriso é interrompido por um pensamento intrusivo. O mesmo de sempre. Essa vida feliz só existe porque eu morri. O sentimento de culpa por ter se aproveitado de mim te corrói por dentro. Vem a vontade de fumar. Faz anos que não acende um cigarro, não tem nenhum pela casa. Uma ideia surge. Seu corpo treme. Faz tempo que você não vê, muito muito tempo.
Pela manhã, antes de todos acordarem, você caminha pelas ruas geladas e solitárias em direção ao metrô. Chega até o museu, compra um ingresso e tenta não pensar no preço. Sem olhar para os lados, anda em direção até uma ala mais ao fundo do museu. Ali na parede, ao lado de tantas outras obras, está meu último quadro.
Você se senta no banquinho em frente ao quadro. Uma forma estranha, sombria e até humanoide, pintadas de preto e vermelho. Há quem diga que é genial, outros dizem que é forçado. Críticos de arte não parecem concordar um com os outros quando falam sobre essa obra em específico. Mas a maioria concorda que há uma emoção selvagem em cada pincelada desse quadro. Uma mensagem não compreendida. Talvez, um pedido de socorro.
Você acreditou que me conhecia melhor do que ninguém. Por anos acreditou que estaríamos juntos para sempre. Por um tempo tentou se enganar de que aquilo daria certo. Até não dar mais. Foi embora e tentou não olhar para trás. Até a minha morte. Desde então, é como se eu te puxasse para o passado constantemente. Eu te assombro todos os dias com a minha tortura silenciosa. Por me manter presente na sua vida, mesmo quando a minha já acabou. Você me odeia na mesma proporção que sente falta de mim.
Os anos fizeram a dor se tornar mais fácil de lidar. A sua vida cresceu em volta do luto, como um conforto num dia solitário. Só que você não se sente feliz, a culpa pesa em seus ombros constantemente. Pensa em universos alternativos em que talvez eu esteja vivo, talvez estamos juntos. A ideia de que, dependendo do dia, você sacrificaria sua vida, sua família, seu presente para que eu não tivesse tirado minha vida te consome um pouco todos os dias. Tudo isso te assusta tanto quanto as visões nítidas do meu rosto cadavérico, que é mais fácil de se lembrar do que o meu em vida.
Naquele banco em frente do meu último quadro. Todos esses pensamentos, sentimentos e lembranças passam pela sua cabeça em um segundo. Você começa a imaginar meus últimos instantes, pintando aquele quadro, enquanto a vida escorria pelo meu pincel. Lembra o quanto eu dava tudo de mim pela minha arte e me cobrava mais do que eu deveria, e me odiava mais do que eu merecia. Pensou no dia que você foi embora. Pegou suas coisas, mal colocou direito numa mala e partiu sem muitas explicações. Disse que não conseguiria me dar o que eu merecia. A verdade é que eu não estava dando o que você queria.
Você sente que essa ruptura foi o motivo para o que eu fiz. Mesmo sua terapeuta, seus amigos, a minha família dizendo que eu já estava em crise muito antes disso. Mas dentro de si, existia o sentimento que fazia você se sentir responsável por mim.
Talvez você nunca se perdoe. Talvez, o meu fantasma te assombre até a sua morte e você não consiga não pensar nas variáveis da vida. Olhando para o seu filho, de vez em quando aquele terror sobe pela sua espinha. E se fosse nosso filho? Quando briga com a sua esposa, você odeia que seu cérebro não consegue evitar compará-la comigo, mesmo você a amando profundamente.
Analisando o meu último quadro, você mal consegue segurar as lágrimas, não consegue não me odiar por ter feito sua vida tão boa, mas tão miserável. Acaba me culpando por tudo, mesmo sabendo que eu nunca pedi por nada disso. Você me odeia, porque você se sente só nesses sentimentos que te trazem tanta vergonha, e eu, talvez, fosse a única pessoa que pudesse entendê-los.
Um sorriso se forma entre as lágrimas escorrendo nas suas bochechas. A minha morte te trouxe tudo que você sempre sonhou e, de certa forma, me ajudou a conseguir tudo o que eu queria. Agora, eu sou um artista renomado e você se sente responsável por isso.
Eu me fui, e você me imortalizou. Eu morri, mas te traz um certo conforto pensar que eu morri fazendo o que eu amo. Mesmo no fim, mesmo com tanta dor, eu morri, mas deixei um legado. Eu morri, criando uma obra-prima.
Mal você sabe, que eu odiei cada segundo pintando esse quadro.
Considerações e agradecimentos:
Bom, esse é o primeiro conto que eu posto por aqui. Tem um tempo que eu quero diversificar os textos que escrevo nesse site, não só ficar fazendo escritas reflexivas.
Decidi postar esse conto que eu venho trabalhando há um tempinho. Resolvi ilustrar ele também, e acabei chegando nessa estética inspirada por alguns artistas que eu admiro. Eu queria deixar o gênero dos protagonistas meio ambíguo na escrita, mas fazendo a ilustração achei melhor decidir pelo menos o gênero de um deles.
Minha ideia inicial era fazer uma h.q curta, mas imaginei que funcionaria melhor nesse formato de prosa. Espero postar mais alguns contos no futuro, quem sabe.
Enfim, queria agradecer à Lara do Neurótica, eu? (leia e se inscreva agora nesse momento!!) que foi uma querida e leu mais de uma vez meus rascunhos e me deu críticas muito construtivas, me ajudando a criar coragem de postar. Também ao meu amigo Ally que sempre me ajuda quando se trata de arte com as melhores dicas e conselhos que eu posso precisar. Dessa vez ele me acompanhou pelo processo de criar as ilustrações para o conto e eu não poderia ter ficado mais satisfeito!
Enfim, obrigado por ler! Considere se inscrever e compartilhar se gostou da leitura.
Até a próxima!
belo conto. também gostei muito das ilustrações e das cores, em especial as duas primeiras.
Obrigade por ter escrito esse conto, de alguma forma eu me identifico muito com a garota. Também já perdi alguém assim, apesar de não ter sido uma pessoa com o mesmo nível de proximidade, as vezes me pego pensando se eu não poderia ter feito algo. Talvez seja um pouco egocêntrico de minha parte achar que eu poderia salvar uma pessoa de si mesma ao ponto de me culpar por não ter feito. De qualquer forma, acho que você ilustrou bem o sentimento.